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''Morre lentamente quem não troca de ideias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito.''

domingo, 9 de agosto de 2009

Tellestórias

Lygia Fagundes Telles

(...) "Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando

sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi
a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago
até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto".

(Verde lagarto amarelo)


- Uma senhora escritora. Experiência, observação, imaginação, capacidade de síntese e profunda análise psicológica de suas desencontradas criaturas. Assim é Lygia Fagundes Telles, nascida em São Paulo, em 1923. Autora de vários títulos, entre contos, romances, crônicas e memórias, formada em Direito e em Educação física, membro da Academia Brasileira de Letras, Lygia publicou 'Antes do baile verde' em 1970, retomando narrativas escritas entre 1949 e 1969, muitas belas revistas, remexidas, encurtadas, ligeiramente modificadas, mas sem se distanciarem das ideia primordial que as originou.

- Lygia é contemporânea de autores como Clarice Lispector, Autran Dourado, Murilo Rubião e José J. Veiga, representantes do realismo-intimista-existencialista, incluindo, em alguns desses autores, fortes dosagens do realismo fantástico. É uma literatura que não se contenta com a abordagem naturalista e superficial, antes se esmera em vasculhar os labirintos humanos, mergulhando em seus dramas de consciência, seus conflitos, angústias e opressões, situando o ser humano diante do enigma do mundo

- Desde seus primeiros contos, Lygia sempre foi fiel à sua temática, que apresenta cunho social e psicológico: traição, desajuste, baixeza, exclusão, rejeição, ciúmes, desencontros, diferenças sociais, frustrações, medo da morte e tênue limite entre e o real e irreal.


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