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''Morre lentamente quem não troca de ideias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito.''

domingo, 2 de agosto de 2009

Poesia práxis - "Vanguarda nova"

- A Poesia Práxis, que se autodenominava "vanguarda nova", pouco tem a ver com a primeira Poesia Concreta, tanto do ponto de vista dos pressupostos, quanto dos procedimentos compositivos. Mas é, como o "salto participante", uma tentativa de síntese ou compromisso entre as duas maiores tendências da poesia dos anos 60: a "participação social" e a "vanguarda", isto é, o formalismo programático.
- Também é constante e ostensivo o caráter "participante" ou "social" da Poesia Práxis, que incessantemente denuncia a desumanidade da vida moderna, do capitalismo, da exploração do operariado e do campesinato, etc.

- Seu principal expoente foi Mário Chamie.

- Como boa parte da poesia "engajada" do tempo, também a Poesia Práxis testemunha, assim, por esse lado, além do imperativo ético da denúncia da injustiça social, uma necessidade catártica da consciência burguesa ilustrada nos anos de chumbo do Brasil.



O OPERÁRIO (Mário Chamie)


Sobre os meus ombros
recebo a carga
e chego à fábrica.
Com minha farda,
limpa de graxa,
eu movimento
o descompasso
da vossa estrada.
Agito a máquina,
registro a marca
de meu trabalho.
Sobre os meus ombros
nada desaba.
Produzo o tempo,
produzo o uso
dos meus comparsas.
Não danço,
embora mexa meu corpo
que vai e volta.
Mexo meus braços,
seguro a mola
que me assalta
atrás da porta
da vossa tática.




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